- Olá, posso trabalhar no seu discurso?
- E quanto eu te pagaria?
- O suficiente pra que eu possa abandonar o remo e mergulhar nessa mentira.
- Tudo bem, mas eu não penso mais em você.
- E se você chorasse?
- Tampouco. Há reservatórios esperando pelo blues mais blue escorrer, e no entanto eu ainda não consegui parar de dançar.
- Nossa. Eu não esperava por isso; bastava uma resposta constrangedora...
- Para mim ou pra você?
- Tanto faz, contanto que alguém se machuque e vá logo pra casa.
- Fiz o melhor que pude.
- Você está sonhando...
- Isso eu não posso. Se ao menos meus sapatos parassem de dançar...
- Ai!
- O que foi?
- Um poema.
- E daí?
- Você não percebe? Eu acabo de pisar num poema amassado e...
- Sim, mas eu não pude imaginar o quanto isso seria pesado pra você.
- POR mim.
- Que seja. De qualquer maneira, me desculpe, mas o poema vai continuar aí. Não é meu.
- Não importa. A dor do tombo é maior do que a vontade de rir da testemunha. Vou embora.
- Não me surpreende.
- Não te previ.
- Não te interessa.
- Não me abandone.
- Não me subestime.
- Não me surpreenda.
- Não se esqueça.
- Não se interesse.
- Ok. Eu venci.
- Eu também.
Bueníssimo!
ResponderExcluirFiquei com vontade de que esse diálogo se estendesse mais um pouco. Mas ok, tá bom demais assim já. Sempre vai existir a falta, rsrs.
Loucura! Isso é influência do Jarry? hahahaha
ResponderExcluirMerdra de biltre.