segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sincero Pessimista

Hoje senti tristeza. Sabe aquela que não tem fim? Não consegui entender os seus confomes e não sei sua intensidade. Sei que senti tristeza, nada mais. Nada mais sem graça do que isso. Tristeza! Ao passar os olhos pela moça que falava, pensei em parar de pensar para começar a falar. Falei, mas só uma vez, o bastante suficiente pra não ter que falar mais. Uma vez, por quê? Se tivesse mais uma falado, seriam duas tristezas. Duas? Digo que não sei a intensidade, mas sei contar. Contar pra chegar no resultado: senti uma tristeza. Indefini o artigo que definia o que eu não sabia definir e na mesma fiquei com a tristeza. Aquela que senti hoje, que me olhava distante e caminhava petulante pelos corredores da minha entulhada alma. Fiquei triste por ter partido, triste por não ter ficado, triste por não ter esclarecido. Talvez me sentiria triste se não tivesse partido, triste se tivesse ficado, triste se esclarecesse. Era inevitável, antes estava entulhado pela falta da tristeza. Desentulhou. Tudo! Todo o montante que aos poucos foram se agomerando e crescendo, mal cabendo nos corredores, que bulilnavam os assoalhos por não mais espaço ter, foi-se. Sabe quando a gente abre uma gaveta cheia de tralha, que deixa de ser tralha no repentino segundo em que cai no chão? Então, não há mais entulho! A tralha só é tralha se colocada a condição para isso. Preciso aprender melhor como trancar a gaveta.
Já não posso ter espaço para aquela! A que senti hoje, sabe?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

'when you have no one, no one can hurt you...'

... ah, é só uma frase que ouvi bastante ultimamente.

ok, o objetivo (?) real da minha visita hoje é deixar aqui uma 'coisa' (não vou dizer 'texto' pro marcelo não ficar encafifado) que encontrei num caderno hoje. não sei exatamente quando escrevi e menos ainda todo o contexto presente naquele dia. só me lembro que estávamos os três autores desses humildes presentescomtextos aqui em casa, em mais uma daquelas noites de domingo nada perdidas...


"E A GENTE AQUI, FALANDO DE AMOR...
Conversando, reunindo-nos numa mísera salinha aérea, estamos aparentemente mais perto de resolver os problemas do mundo - até mesmo quem (só) sorri e acena. 'Por que a Lua não gruda na gente?' - porque nem ela é assim tão forte ou tão fraca ou está tão perto ou é tão nossa. A ciência é uma história contada. Os Beatles são micróbios que alimentam ETs."


vós, queridos colegas, lembrais disso? dessa conversa? eu tive só uma vaga lembrança e uns princípios de sensações...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nesse caso.


Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.

Caio Fernando Abreu.