quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Até o fim.

Acordei cedo hoje (sim Marcelo, 9 horas é cedo para quem acaba de entrar de férias!) e fui enaltecer minha vaidade, que andava meio esquecida por causa da correria do final de ano. No caminho, fiquei pensando sobre como seria o dia de hoje, o tal do último dia do ano, e fiquei feliz com a idéia de ajudar minha mãe no preparo das comidas, acompanhar minha irmã na busca de pequenos detalhes para a decoração da casa, reunir a família para a chegada de 2010 e, por fim, beber e me divertir com meus queridos amigos. Mas logo comecei a sentir uma coisa estranha. Mal comecei a curtir o meu último dia de 2009 e senti um vazio, algo que até então eu não conseguia diagnosticar, afinal isso não combina com ele, o tal do último dia do ano...
Nessa mistura de sensações, me dei conta do que me angustiava: O ÚLTIMO. Que alívio! Finalmente achei explicação para o meu desconforto! Mesmo parecendo um simples detalhe, já que a idéia do "feliz ano novo" é pensar sobre como será 2010, a palavra último me deixa assim, perdida, sem saber para onde correr. Não gosto da idéia de finalização, de encerramento, de fim. Acredito na continuidade; No rio que segue seu caminho se transformando, mundando seu rumo, largura, cor e velocidade das correntezas, mas que só finaliza sua trajetória quando desemboca no mar. É assim que eu vejo a vida. O fim do que eu sou e do que foi só se dá com a morte e, por isso, tenho tanto medo dela.
Estamos nos transformando o tempo todo e isso independe de promessas para o ano que começa. Quero festejar muito hoje, mas não porque o ano de 2010 "chegou" e o de 2009 "acabou", mas porque estarei ao lado das pessoas que eu escolhi para minha vida, me deliciando com cada sorriso e amando, desesperadamente, até o fim.

domingo, 27 de dezembro de 2009

2009 - Uma Odisséia Pelo Lado de Dentro.

Abracei meu pedaço de terra - ou pelo menos o pedaço que meus braços puderam alcançar - e o compreendi por algum tempo. Compreendido, busquei por fora pedaços rijos de concreto e muita cola branca para a construção: empilhei e colei e empilhei e colei, por muito tempo, até que uma estrutura inviolável me rodeasse completamente; ergui-a para além de minha própria estatura, mas não houve espaço para um teto.
Depois de uns intervalos de tempo seguidos e entrecortados por pausas, procurei compreender meu novo espaço: pela luz que vinha do topo desnudo e irradiava nos olhos eu olhei em volta e compreendi que o concreto e tampouco a cola branca me faziam companhia. Eu então erguera meu próprio muro mudo das lamentações.
Fiquei sem ar.
Senti-me incapaz de solucionar meu sufocante problema por conta própria.
Aí eu peguei e pensei "ah vou desistir dessa punheta, desse texto descabido que não leva a lugar nenhum".
E, de tanta raiva, meti chute e tiro telepático nessa estrutura vil e ela caiu. Daí eu fui até o terreno baldio vizinho e roubei alguns pedaços de madeira; o resultado foi uma cerquinha singela. Ainda bem que sobrou cola branca.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Então é Natal.

Trrrrrrrrrrrrrreeeeeeeemmmmmmmm don don den den
Trrreeemmm don don den den
Trrreemmm don don den dennn
Trrremmm don don den den

(Ufa!)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Até o espelho


Eram onze horas da noite. O jantar estava para ser servido, todos se aglomeravam nos cômodos da casa e vez ou outra, seguiam para cozinha; tentavam beliscar os petiscos semi-prontos que na mesa se exibiam para a fome entusiasmada que na casa se instaurava.
Era clima de festa, mais nada precisava acontecer. Somente o fato de comemorar justificava o clima e o sorriso que desfilavam exuberantes entre a sala e a cozinha. As mulheres, lindas, preocupadas com os preparativos e os homens, agitados, preparando a bebida de todos. Era tudo um pouco convencional para um grupo que cotidianamente foge do tradicional, talvez seja esse o fato de estarem pulsantes, mal percebiam que seus hábitos eram familiares, que suas relações ultrapassavam o limite do contato.
Era quase meia noite. Comeram e beberam uns aos outros, brincaram, mas desta vez não cantaram como de costume; não cantaram! Era tão comum o canto e eles nem perceberam que não precisaram cantar, talvez seja esse o fato de estarem pulsantes, mal percebiam que seus hábitos eram familiares, que suas relações ultrapassavam o limite do contato.
Era madrugada. Trocaram presentes, se abraçaram, se beijaram, dava pra sentir a expectativa na surpresa. Surpresa! Algo foge o tradicional e retorna a obviedade. Num dos presentes saiu um espelho, tão pobre, pequeno, era embaçado demais pra todos eles, afinal eles estavam pulsantes, mal percebiam que seus hábitos eram familiares, que suas relações ultrapassavam o limite do contato.
Era um clima de festa. Acabaram os presentes, os abraços e os beijos e ainda havia mais comida e bebida. Não se importaram. Despediram-se e aos poucos esvaziaram os cômodos da casa, interromperam o desfile de sorrisos, estavam cansados dali. Alguns insistiram e ficaram, mas só falavam do espelho. Acho que um deles não gostou. Acho que vários deles. Por que um espelho? O que tem de tão embaçado nele? Não sei. Sei que voltaram felizes, ainda pulsantes. A surpresa ultrapassou o limite do contato.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Noites brancas.

E foi assim. Ele e ela se encontraram sem planejar, sem realmente quererem. Antes disso, ele não sabia da tatuagem dela; ela, por sua vez, nunca tinha reparado que ele tinha olhos claros. Passavam um pelo outro, como quem atravessa uma rua movimentada.
Até que um dia, a imprevisibilidade da vida se fez presente. Ela, sentada esperando alguém que nunca falta e ele, distraído, deixa o livro que carregava aparecer entre seus dedos, enquanto a cumprimentava. Ela fica impressionada quando descobre que ele gosta daquele livro. Ele, fica incrédulo, por ter sido tão subestimado, mas feliz por ter sido notado. Um sorriso leva à outro e, juntos, começaram a escrever suas histórias, um para o outro.
Diante de tanta coisa que toca, era impossível não questionarem a demora para que esse encontro acontecesse, mas entenderam que tinha que ser desse jeito, devagar, sem alarde. Ele conclui: "O tempo está do nosso lado".
E...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sincero Pessimista

Hoje senti tristeza. Sabe aquela que não tem fim? Não consegui entender os seus confomes e não sei sua intensidade. Sei que senti tristeza, nada mais. Nada mais sem graça do que isso. Tristeza! Ao passar os olhos pela moça que falava, pensei em parar de pensar para começar a falar. Falei, mas só uma vez, o bastante suficiente pra não ter que falar mais. Uma vez, por quê? Se tivesse mais uma falado, seriam duas tristezas. Duas? Digo que não sei a intensidade, mas sei contar. Contar pra chegar no resultado: senti uma tristeza. Indefini o artigo que definia o que eu não sabia definir e na mesma fiquei com a tristeza. Aquela que senti hoje, que me olhava distante e caminhava petulante pelos corredores da minha entulhada alma. Fiquei triste por ter partido, triste por não ter ficado, triste por não ter esclarecido. Talvez me sentiria triste se não tivesse partido, triste se tivesse ficado, triste se esclarecesse. Era inevitável, antes estava entulhado pela falta da tristeza. Desentulhou. Tudo! Todo o montante que aos poucos foram se agomerando e crescendo, mal cabendo nos corredores, que bulilnavam os assoalhos por não mais espaço ter, foi-se. Sabe quando a gente abre uma gaveta cheia de tralha, que deixa de ser tralha no repentino segundo em que cai no chão? Então, não há mais entulho! A tralha só é tralha se colocada a condição para isso. Preciso aprender melhor como trancar a gaveta.
Já não posso ter espaço para aquela! A que senti hoje, sabe?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

'when you have no one, no one can hurt you...'

... ah, é só uma frase que ouvi bastante ultimamente.

ok, o objetivo (?) real da minha visita hoje é deixar aqui uma 'coisa' (não vou dizer 'texto' pro marcelo não ficar encafifado) que encontrei num caderno hoje. não sei exatamente quando escrevi e menos ainda todo o contexto presente naquele dia. só me lembro que estávamos os três autores desses humildes presentescomtextos aqui em casa, em mais uma daquelas noites de domingo nada perdidas...


"E A GENTE AQUI, FALANDO DE AMOR...
Conversando, reunindo-nos numa mísera salinha aérea, estamos aparentemente mais perto de resolver os problemas do mundo - até mesmo quem (só) sorri e acena. 'Por que a Lua não gruda na gente?' - porque nem ela é assim tão forte ou tão fraca ou está tão perto ou é tão nossa. A ciência é uma história contada. Os Beatles são micróbios que alimentam ETs."


vós, queridos colegas, lembrais disso? dessa conversa? eu tive só uma vaga lembrança e uns princípios de sensações...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nesse caso.


Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.

Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ausente contexto

Penso mas não logo

Existo por isso corro

Contra ao vento apenas sopro

Ano que se deu no fim

De semana sou trabalho

De parto enfim nasci

Do mundo vejo o chão

Que piso formou o céu?

Imenso está ausente

Contexto deste presente.

sábado, 10 de outubro de 2009

Repetimos para elaborar.

Ouço essa música todos os dias, ultimamente. Sinto o cheiro do que passou e tenho mais certeza ainda do que eu quero. De novo.
Enjoy it.

Enjoy the Silence - Depeche Mode

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cruelmente

Eu não estava nua, mas ao me ver sem escudo ele disse:
- Pare de me olhar com essa cara de rua molhada.
Não havia objeção para uma feição de rua molhada, então eu o fitei só por mais alguns momentos, que eram os que me cabiam. Não havia também cabimento para olhares desnudos além da sacada naquela noite muda. Expressões também se fazem em ossos e terminações nervosas.
Fiquei nervosa e parei um segundo para analisar o meu estado: ele analisava o asfalto brilhante diante da eletricidade que se desfazia em fios e virava lâmpada em poste. Dentro e fora eram nossos estados, portanto.
Ele descobriu o meu pensamento sem lençóis e disse:
- Que poética mais insolente a sua.
Ele não me destruiu mas arrancou sem dentes, lábios ou língua um beijo de dentro do meu ventre-cérebro, e senti uma dor pouco pungente.
- Eu nunca te disse... , eu disse.
Mas ele não ouviu e continuou brincando de rir dos meus pés despreparados para correr.
E então eu parei de auscultar ele pois cada ladrilho da sacada chuvosa emitia uma frase diferente sobre como eu deveria proceder, e num ímpeto de revolta crua eu apaguei o cigarro sobre aquele um que me dizia "descrave as unhas do passado".
Ele disse:
- Meu pé era o debaixo.
Mas eu não o ouvi, e num relance eu o fitei e ele virou pingo d'água de rua molhada no asfalto poético e insolente. Eu disse.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Presente Poema

Recebi, hoje, esse poema da Denise e não posso deixar de colocá-lo aqui.
A primeira frase, já me enche o peito. Te amo, De.


Se é sem regresso, prefiro que vá
Ter-te por narcisismo é muito previsível.
Se é fato o retorno, eu contorno
Prefiro o seu abraço aos poucos a nenhum.
Eu fico com a voz ao telefone,
Com as linhas escritas na contra-mao do dia quente,
Com o riso que ressoa como uma alfaia dentro de mim.
Eu me sinto traída por essas circunstancias repetentes,
Partir e mudar, mas nunca deixar o legado
O gosto salgado já vem breve.
Se soubesses quantos gestos repasso
desde que entrastes no meu quintal.
Não desejo que vá, mas se é relevante, retorne sempre
Prefiro o seu abraço aos poucos para que meu coração de amiga
Beba do gosto adocicado da nossa crença,
A fé de que ainda houve um tempo em que se podia dar as mãos sem medo.
Eu te amo, minha amiga.

Denise Mamede

domingo, 13 de setembro de 2009

Toca um mambo, disque jóquei!

Não sei se vocês se lembram da Heleninha Roitman, mas tenho certeza que já ouviram falar. Só pra refrescar a memória: ela era uma personagem da novela Vale Tudo, interpretada pela atriz Renata Sorrah. Heleninha tinha cenas grandiosas e, numa delas, ela está numa boate e pede pro disque jóquei (naquela época não se falava em DJ) colocar um mambo caliente para dançar, pois ela reclama que som está ruim, enfim...
Hoje acordei e, por causa da festa de ontem, me lembrei dessa cena. Eu tinha que ter dado uma de Heleninha e reclamado do som. Fiquei dando risada sozinha, imaginando como seria. Na verdade, eu até tentei conversar com o DJ, civilizadamente, e pedi para que ele colocasse umas músicas mais animadas, mas não adiantou. Ahhhh, que noite chata! E, embora eu já soubesse que a música do ambiente é muito importante pro meu bom humor ser mantido "all night long", ontem eu tive a prova de que ela é FUNDAMENTAL.
A música foi a grande vilã da noite. Eu estava com as pessoas que eu queria estar, o lugar era legal, a cerveja estava gelada, mas a noite não fluiu. Comecei a perceber que o clima estava bem estranho...As conversas estavam "truncadas", a cerveja estava difícil de engolir e o lugar começou a ficar escuro demais pra mim. O cigarro foi meu único prazer verdadeiro. Então, questionei o que tava acontecendo e encontrei a resposta : "Cadê a música?"
O melhor foi descobrir que quase todos meus amigos estavam perguntando a mesma coisa, interiormente, mas como eu, preferiram só pensar sobre o assunto. Até que chegou um determinado momento, que não tinha mais como guardar aquela angústia e todo mundo começou a ter sintomas visíveis da insatisfação melódica. O som estava tão baixo e a música era tão sem proposta, que o Marcelo chegou à uma ótima conclusão: "a música está exercendo a função de não-silêncio." Nossas conversas eram permeadas por um zumbido.
Isso é muito frustrante pra quem tem uma semana cansativa e espera o fim de semana para poder se divetir. Eu sei que foi uma escolha ter permanecido na festa e, portanto, também tenho minha parcela de colaboração com tudo isso, mas pô, DJ: toca um mambo caliente, na próxima!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Preguiça Declarada.

não vou mais fazer sala pra ninguém
quem sentar que sente
quem chorar que chore
quem quiser rezar que reze
(amém)

quem quiser que se sirva desse som
quem sentir que sinta
quem sair que saia
contanto que não saia do tom

quem quiser vinho que venha
quem quiser chance que cante
quem quiser terra que plante
quem quiser transe que dance
quem quiser beijos que roube
quem quiser do-in que doe
quem quiser sinos que soe
quem quiser asas que voe
quem quiser fogo que queime
quem quiser vento que invente
quem quiser toques que toque
quem quiser corda que acorde
quem quiser carne que encarne
quem quiser cachos que encaixe
quem quiser pele que apele
quem tiver língua que fale
(blá blá blá)

e quem quiser que cante outra.


[:: Quem Quiser - Dona Zica]

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nós, os 'OSCILADORES'


humilde homenagem a quem não tem medo de carregar a cara, a coroa e a coragem no peito.





terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tautológica (hoje)

Possível correspondência ao post abaixo ("Ah! A paixão!").
[e possivelmente a tantas outras coisas...]
Meio à la Cacaso e/ou Chacal, só que meu (por isso, perdão).



Andei descobrindo água
em outros planetas.

Só se leva um banho inesperado
pisando - de fato - na poça.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ah, a paixão!

"Nada grandioso no mundo foi realizado sem paixão."
Tenho que concordar mais uma vez com Hegel. Se não existisse a paixão, muita coisa teria sido deixada pra trás. Depois de muita luta, hoje finalmente, comprei todos os volumes das Obras Completas do Freud e isso significa muito para alguém que tem paixão pela Psicanálise. Mas bem maior que essa minha paixão (e não é dela que quero falar), foi a de Freud pela pesquisa. Isso é fato: são 8016 páginas, que se dividem em 24 volumes, sendo o conteúdo de sua obra, não menos intenso que sua dedicação.
Fiquei pensando nisso hoje. Os resultados de seus estudos (que foram movidos por sua paixão), hoje, são referência mundial e obrigatória para qualquer um que se interesse pela psicanálise. E assim, outros pesquisadores obstinados vão surgindo e, apaixonados, vão contribuindo para o conhecimento de quem está apenas engatinhando. Não é o máximo? Juro, quando paro pra pensar nessas coisas (talvez óbvias), me pego de boca aberta, olhando lá longe, arrastando as pálpebras. Apaixonada.
Mas não foi só o trabalho do Freud que me inspirou a escrever sobre isso. Outros tipos de paixões também contribuíram para meu entusiasmo, ainda que não sejam as minhas no momento. :) Mas minha conclusão é a mesma: a paixão deve estar sempre permeando nosso dia a dia ainda que, por alguns instantes, ela desvaneça e cause vazio. Essa oscilação é essencial para nosso movimento no mundo.
"E a água correndo pro mar..."

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Homenagem Subliminar


Sim, sintO-me preso dentro de minhas limitações! Minha visão restringiU-se às paredes claras do meu apartamento que refletem toda ansiedade na espera da cura, não MAIS do corpo e sim da alma. Devo muito a estas que me FazEm sorrir, que me fazem perceber minha verdadeira causa dentro do meu próprio Lar, que me fazem evoluIr sem diZer uma palavra sequer.

Não consigo recordAr-me como tudo isso iniCiou-se, penso Até que seja impossível Descrever Algo tão forte que formou-se de modo rápido e graDual, sIngelo e viscerAl, tornando-se a mais bela e Pura manifestaçãO de afeto, caRinho. Existem coisas que após conhecermos Tornam-se nossas para sEmpRe, como um membro extra, seria tão difícil voltar a condição de antes, mas pra que voltar?

Na verdade quis aproVeitar O espaço e dizer o que sinto: é tão forte! Eu sei que sabem, mas talvez lendo voCês compreendam melhor, talvez enquanto lÊem, Sintam como eu ao escrever, talvez não; talvez terão a certeza de que sempre sentiram isso.

Bem vindo a nós! AprOveitemo-nos, isso sabeMos fazEr com mUita verdade, nossos dias tornaram-se mais aLegres, quAndo estamos juntos pensamos em outra coisa? PoDe ser que sim, e pOde ser também que nessa nova coisa nós estejamos lá. Juntos.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

relatos de mais uma tarde descafeinada

-"O esquisito é que cada um é diferente do outro, uai!"
-"Ainda bem."


Dentro dessa miscelânea social que jura nos poupar tempo, onde buscamos a legitimação de nossa civilidade e identidade mediante ao país, deparo-me de costas para um casal. Percebo suas vozes suaves e o sotaque um tanto "acaipirado" (bem mais que o meu), e enquanto espero ser chamada para deixar de ser uma indigente, ouço essa troca simples de palavras, que tanto me comoveram pela doçura e trivialidade que fizeram com que eu tirasse o caderninho de dentro da bolsa.
O cara é um piadista! Ao entoar sua paródia desatualizada, o rapaz do "Jápa-Guei" me faz engolir uma gargalhada (e se ela simplesmente saísse?).
Vejo daí que meu riso algemado não era mais do que um ato desesperado por estar aqui, sentada, sem lenço nem documento, jogando o joguinho que de Paciência só traz o nome, observando aflita o painel que anunciaria ("dim-dom") o número da minha liberdade.
Não me atrevi olhar para o banco de trás. Só quero carregar comigo essas vozes, sem imagens, e acredito que desvendar o pequeno mistério casual poderia ser, a eles, uma invasão. Também eu não tive coragem de expor o meu rosto pálido, urbano e mimado aos heróis ocultos da minha tarde.
Eu estava sozinha. (ou não mais)
DIM-DOM!

domingo, 16 de agosto de 2009

Fico por aqui.


Desta vez, começarei minha semana, carregando os sorrisos de hoje. Fazia muito tempo que não tinha um domingo assim: tão cheio de tanta coisa que fica.
Agora, só consigo pensar em dormir...
E que venham os ipês amarelos!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sobretudo Sobre Tudo. E que sobre.

Sobretudo eu nem sei como dizer o quê. O fato é que acabei escrevendo o título antes de começar, o que faz com que você leia o texto depois e tente descobrir o ultrassentido que os dois fazem juntos, e aí fica com cara de boboca porque não entendeu. Ou me acha boboca porque o que eu digo não chega. Chega! é tudo ou nada.

Ok. O título não conversará; a conversão vem desse lugar esquisito com gosto de neurônio que se chama sonho. SONHO. Aquele, do sono, tio do surreal que mora em frente à venda do Manolo.

Mas agora eu parei de tentar dar mais sentido ao que eu mais senti do que pensei sentir; quis nos contextualizar no ambiente etéreo e "nonsense" que o sonho traz. É que três pesadelos seguidos me puseram muito cabra e agora o ideal é fichá-los:

#1
Local: apartamento antigo, quarto-sala-cozinha em carpete de madeira gasto
Cheiro: carniça, umidade e pavor
Quem: eu e alguns amigos (sei que tinha a Marina).
O que: descobrimos debaixo do carpete uma mão-defunta, e logo em seguida um corpo-defunto embaixo da cama; o dono do apartamento e dos restos mortais chega à porta, e nos escondemos inutilmente, chorando muito.


os outros dois ficam pro próximo contato. chega de terror por hoje, e desculpe a falta de bom senso.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mudança




Ontem andei pensando em parar de andar...

...então parei de pensar e continuei andando.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

fragMENTANDO e en -fa-ti -zan -do as pALavRas


Analisando os textos aqui comTEXTUALIZADOS percebi uma certa frequência em sublinhar a "tomia" das palavras, de modo gerar um certo INsight que aos olhos de quem lê pode parecer confuso, mas que no aproFUNDAMENTO da observação conclui-se de grande INteligência. É claro que se isso cair no uso trivial ou deturpado da brinCADEIRA a piada pode perder o sentido e as descobertas das junções silábicas e toda graça cacofônica das palavras se reduzirão a um clichê e provavelmente tornarão gasto toda e qualquer forma de utlizar "nosso caps-lock" que no preSENTE com TEXTO fazem o maior sentido ( qualquer semelhança são meras coincidências).

Então que nos aBUNDEMOS dos fragmentos e aumentos e que pensemos suas utilizações, pois agora GOSTAria de modiFICÁ-LOS para um "nosense" ortoGRÁFICO transforrmando a iDÉIA inteligente numa brinCADEIRA inocente.


Obs.: A rima para mim é algo inevitável. Eu tento, tento, tento... Mesmo assim no final ela insiste em aPARECEr

IN SÔNIA

Sônia! Sônia! Sônia!
Quem é Sônia? Onde está Sônia?
Sônia está aqui, ali, em toda parte!
Sônia, sempre Sônia...

domingo, 9 de agosto de 2009

O que sai de cima.

Não, não vou escrever uma poesia. Dois motivos: não me atreveria e não quero que esse blog seja só de poesias. Tenho problema com essas classificações. É necessário deixar claro que eu também não sou essa pessoa que escreve. Também tenho problemas com materializações e inscrições. Conclusão: não entendo porque resolvi ter um blog. Há!
Desfrutando dessa minha mania "adorável" de racionalizar tudo que me chega, comecei a pensar sobre os motivos que me levaram à participar disso. A partir disso, muitas coisas surgiram e a maioria delas fizeram muito sentido, mas teve uma fundamental: ela e ele. O fato de estar dividindo alguma coisa com a Carol e com o Marcelo faz com que eu passe por cima dessas minhas limitações e amarras literárias. O nosso encontro merece isso. :)
Cheguei então à palavra "encontro". Comecei a pensar nos encontros significativos que aconteceram na minha vida e nos muitos que, hoje em dia, já se desencontraram, mas que mudaram o meu jeito de andar. Às vezes, você realmente tem que desencontrar para continuar amando. Ou, reencontrar para continuar sonhando. Já começo a me perder nos meus pensamentos. :)
Mas enfim, o que queria dizer nessa primeira postagem é que esse encontro, nós 3, faz com que eu me encontre e desencontre, me reinventado a cada dia.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um breve porquê poético do que se vê



Poema às cores

Atenta nesta paleta de cores
estes sinais de opulência da luz breve
símbolos que acordam a manhã dos nossos olhos
para a flor do sol
que insistem na múltipla transfiguração
das imagens que dão forma às nossas vidas;

repara no preto e no branco
como se a sinfonia dos acasos
não fosse mais que a simetria dos ocasos

ou no azul que desfalece
os matizes infindáveis do cinzento
que vai nos olhos, no sangue de cada um

porque é o sol magenta dos alvores matinais
que trai os sonhos da madrugada
a reflexão das cores e do entendimento.

Vê como o verde decai
em tonalidades martirizadas pelo ocre e o amarelo
sustentando a linha melódica dos barros;

Observa a cor do céu na fria latitude
dos gelos glaciares,na transparência da água dos oceanos
resolvida em anémonas e corais de luz.

Atenta no rosa dos frutos da primavera
entre as folhas a captar o sol
para a maturidade corrompida pelo granizo
onde a imagem da noite bailano esmorecimento das cores e a sua ausência

o negro

.....o presente persistindo .....
curvado à sapiência do eterno.

Atenta nas cores
e ouve o timbre os tons da música
capazes de trazer violetas e rosa
são patamar da euforia
o clímax de licores de carmim e rosa
em púrpura desfeita virgindade
na face da menina
já mulher.

Lê a tua sina em esmeraldas
e em rubis cristalizados
proscritos até ao fim do tempo
ou o ébano das noites frias envenenando o brilho diáfano de ametistas e turquesas
que resolvem a cinza em azul e oiro

e vê como tudo se encaminha para um grande abraço
num arco-íris que vincula a terra à terra
o sangue ao rubro sangue das entranhas dum vulcão
que derrama todas as cores,os símbolos e os signos

o magma que há de florescer nas sensações
a percepção subjectiva
do real.

Viera Calado

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

prepare sua lixeira que mais um blog vem aí

a palavra saindo da boca, deixando a ponta do lápis e transitando agora pelos dedos.
os velozes dedos do mal.
respeitando a rapidez da informação, mesmo sem acompanhá-la.
talvez sem também respeitar a velocidade da vontade
do impulso da vontade
e da necessidade
de um mísero expressar.
pronto:
daí nascem os aterros sanitários internéticos.

Desvir-textando.

Me sinto muito bem-vinda. Há!!!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

TEX-TANDO

será?




tchau!