Acordei cedo hoje (sim Marcelo, 9 horas é cedo para quem acaba de entrar de férias!) e fui enaltecer minha vaidade, que andava meio esquecida por causa da correria do final de ano. No caminho, fiquei pensando sobre como seria o dia de hoje, o tal do último dia do ano, e fiquei feliz com a idéia de ajudar minha mãe no preparo das comidas, acompanhar minha irmã na busca de pequenos detalhes para a decoração da casa, reunir a família para a chegada de 2010 e, por fim, beber e me divertir com meus queridos amigos. Mas logo comecei a sentir uma coisa estranha. Mal comecei a curtir o meu último dia de 2009 e senti um vazio, algo que até então eu não conseguia diagnosticar, afinal isso não combina com ele, o tal do último dia do ano...
Nessa mistura de sensações, me dei conta do que me angustiava: O ÚLTIMO. Que alívio! Finalmente achei explicação para o meu desconforto! Mesmo parecendo um simples detalhe, já que a idéia do "feliz ano novo" é pensar sobre como será 2010, a palavra último me deixa assim, perdida, sem saber para onde correr. Não gosto da idéia de finalização, de encerramento, de fim. Acredito na continuidade; No rio que segue seu caminho se transformando, mundando seu rumo, largura, cor e velocidade das correntezas, mas que só finaliza sua trajetória quando desemboca no mar. É assim que eu vejo a vida. O fim do que eu sou e do que foi só se dá com a morte e, por isso, tenho tanto medo dela.
Estamos nos transformando o tempo todo e isso independe de promessas para o ano que começa. Quero festejar muito hoje, mas não porque o ano de 2010 "chegou" e o de 2009 "acabou", mas porque estarei ao lado das pessoas que eu escolhi para minha vida, me deliciando com cada sorriso e amando, desesperadamente, até o fim.