sábado, 27 de fevereiro de 2010

Partida

Chegou a hora!!! A partir de amanhã, começo a escrever no blog lá da capital, da terra da garoa, da cidade que nunca dorme, da vila da minha infância. É bem capaz que eu comece a escrever bem mais no blog, já que o computador será meu grande companheiro durante essa temporada em São Paulo e vou ter muitas horas disponíveis para tal finalidade. Já aviso que não sou essa pessoa "digitalizada" e não gosto de me comunicar por emails, talvez porque eu fale demais e também porque gosto daquelas conversas que fluem, que se misturam e geram um novo assunto sem que a troca seja sentida. Mas como nem tudo é do jeito que a gente quer (drama), sei que vou ter que me adaptar e já me vejo mandando longos emails, além de entrar no MSN sempre que tiver um tempinho, pois pelo menos, nesse caso, a conversa é em tempo real e dá até pra brigar feio com quem está do outro lado do mundo, em questão de segundos. Adoro esse dinamismo das relações.
Estou muito feliz com meu estágio e animada com a ideia de mudar. Talvez eu volte em julho, talvez eu fique por lá, mas o certo é que isso tudo vai ser uma prévia do que imagino para o meu futuro, ou seja, sair andando por aí. Aqui, hoje, já não é meu lugar. Aliás, não quero ter lugar por enquanto, embora eu saiba que um dia terei que me fixar, mas prefiro pensar nisso só daqui muito tempo. Claro que não descarto a possibilidade de uma reviravolta e também me imagino, às vezes, caminhando no Curupira (ele sempre vai ser o Curupira pra mim), velhinha, velhinha, contando aos meus netos como era a cidade antigamente. Também me imagino em Araraquara, passeando pela UNESP, relembrando os meus anos universitários e passando na "Borto" pra comprar pães pro café da tarde. Imagino tanta coisa para meus próximos anos que dá uma ansiedade gostosa, de querer passar um tempo em cada canto.
A única coisa ruim de tudo isso são as despedidas. Ahhhhhh, como eu sofro com elas. Quem já partiu de algum lugar sabe que muita coisa fica eternizada, cristalizada naquela época, naquela cidade. Poucas são as pessoas que continuam de mãos dadas com você e muitas são as que ficam no meio do caminho. E quando voltamos ao lugar e não nos reconhecemos mais? Que sensação estranha, vazia...Falo isso por Araraquara, tanto pelas pessoas que deixei lá, quanto pelas histórias que não fazem mais sentido nenhum se estiverem fora daquele contexto. Por isso fico triste de ir embora de Ribeirão, pois como diria Oswaldo Montenegro: "eu conheço o medo de ir embora".
Mas eu não vou terminar essa postagem de maneira dramática, jamais. Também tenho que dizer que, quando eu voltei pra cá, passei por anos terríveis, em que o que eu mais queria era arrumar as malas e sair correndo dessa cidade, pois NADA me agradava. E olha só, que delícia! Hoje, eu sofro por deixar as pessoas que eu conheci aqui, por deixar a UNAERP que odiei por tanto tempo e por amar demais a minha vida nesse lugar, ao lado de grandes amigos e amores. Nem vou discorrer sobre a dor de deixar meus pais, que apesar de todos os "arranca-rabos", são meus grandes companheiros. E a praguinha da Lola então? Enfim, saudade que não acaba mais.
Outra coisa muito gostosa é saber que meus amigos lá de São Paulo são as pessoas que carreguei comigo de Araraquara e dos meus anos de adolescência em Ribeirão. Estou doida pra revê-los, mesmo sabendo que eles não são mais os mesmos e que discutiremos horrores como sempre, mas que continuam sendo as pessoas que eu sei que posso sentar no sofá e colocar os pés na mesinha de centro, como se estivesse em casa. Isso é exatamente o que eu quero para o meu futuro, ainda que seja em Ribeirão, ainda que seja em Bangladesh: encontrar (-me) e reencontrar (-me).
Hasta la vista, muchachos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pra movimentar: ENQUETE

O que você faz quando ninguém te vê fazendo?

(Pra quebrar o gelo das relações também, vai! hahahahaha)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Não me leve a mal, hoje é carnaval.

Meu corpo (implorando):

"Bandeira branca, amor..."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Reivindicação

QUERO AUTORIZAR POSTAGENS!
QUERO AUTORIZAR POSTAGENS!
QUERO AUTORIZAR POSTAGENS!


DIREITOS IGUAIS........

ABAIXO A HIERARQUIA DO BLOG.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

we can be heroes



é... acabei de ouvir essa canção (cujo título é o título do post) do meu bróder Bowie e fiquei com isso na cabeça, e deu vontade de dizer isso.
a foto? somos nós três, humildes (porém dignos) autores desse humilde (porém digno) blog.
marina, marcelo e eu, da esquerda pra direita. sei lá.
essa nossa vida errada e errante, esses conflitos todos que nos fazem clamar alguma coisa por aqui, essas perspectivas e desilusões e desassossegos e vontades bobocas... eu acho que isso tudo faz da gente ANTI-HERÓIS. e, não sei se vocês sabem, mas um anti-herói é um puta-herói.
ele só é torto.
só é real.
só sou eu ou
só é você.
não sei se faz sentido pra você aí, humilde (porém digno) leitor, mas com isso tudo eu quero dizer que WE CAN BE HEEEEROES.

ah, só mais uma coisinha (em forma de profecia mendiga que eu tanto adoro e adoto):



um beijo para os morangos voadores e as clepsidras de carnaval

uhu.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pedaço de Esquina



Depois de uma longa e embriagada conversa, o filho pede ao pai que lhe compre um pedaço de bolo. Os dois logo saem para a confeitaria.


Filho: Papai. Eu quero o pedaço do bolo que não tem cereja!
Pai: Pelo amor de Deus, pega esse pedaço e fica quieto. Se vem com cereja é pra comê-la.
Filho: Mas eu não posso comer os dois, e outra: a cereja atrapalha o bolo.
Pai: Atrapalha?
Filho: Sim. Se eu tirar a cereja, ela vai roubar parte do meu bolo; dai eu vou ter que lambê-la pra recuperá-lo.
Pai: Pois lamba!
Filho: Mas... Se eu pegar o pedaço que não vem cereja e ainda por cima for de esquina eu saio ganhando.
Pai: Não é mais fácil comer este pedaço e depois pedir outro?
Filho: Não! A esquina vem com corbetura lateral.
Pai: Quando tinha sua idade, não ficava com essas frescuras.
Filho: Talvêz porque o senhor nunca havia parado pra pensar na falta que faz o pedaço do bolo roubado pela cereja. É por isso que as pessoas lambem. Veja aquela senhora ali, lambeu todas as cerejas, mas não as comeu! Não combina.
Pai: Se não combinam, fazem por quê?
Filho: Porque quando tinham a minha idade, não ficavam com essas frescuras.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Quem está por fora, não segura um olhar que demora.

Acabei de chegar da casa do Marcelo e resolvi movimentar o blog, já que os dois outros integrantes se ausentaram. Há! Mentira, não foi por isso. A verdade é que eu não tenho quase nada pra fazer, afinal hoje é domingo, madrugada e minha lista de amigos do msn está precária: só tem duas pessoas online e ambas me fazem questionar porque as adicionei. Típico. Mas enfim, fiz login (esse é o termo, né?) e postei (esse é o termo, né?) essa música da Maria Gadú, como vocês podem ver aí embaixo. Linda.
Depois disso, fiquei pensando nesse lance do olhar. É que eu gosto da parte: "Teu olhar me tirou daqui" e comecei a lembrar de várias músicas que falam sobre esse bendito olhar. Lembrei daquela que a Maria Rita canta, "Cupido", que diz: "você me tirou pra dançar, sem nunca sair do lugar, sem botar os pés no chão, sem música pra acompanhar", só com o olhar. Também lembrei da música do Chico Buarque, "A história de Lily Braun" - "Ele me comia, com aqueles olhos de comer fotografia. Eu disse cheese e, de close em close, fui perdendo a pose, e até sorri, feliz".
Aí pronto, né? Já fiquei aqui, lembrando dos olhares que marcaram muitas coisas na minha vida.
Lembrei até do olhar do Bento, quando ficava me observando, bebezinho ainda, enquanto eu fazia de tudo pra que ele soltasse um sorriso de canto, pelo menos. Hoje, com 1 ano e meio, ele ainda me observa, mas seu olhar me diz tanta coisa, que já entendo quando ele quer que eu pare com as minhas gracinhas e invente outras porque ele cansou, ou então quando sei que ele está feliz ao me ver subindo na árvore, aflita, para conseguir pegar a goiaba que ele tanto quer. O Bento já sorri com os olhos.
É claro que os olhares apaixonados roubaram boa parte das minhas lembranças. Que delícia. Deu até frio na barriga. Desde aqueles bem intensos, em momentos propícios, como aqueles de amanhecer, de completude. Lembrei também dos olhares de compreensão, de cumplicidade, que são muitos, apesar de poucos me compreenderem (risos). Amigos meus que não precisam me dizer nada com palavras, e eu tão pouco. O olhar da minha vó, que carrega toda a história do que ela viveu, cheio de alegria, tristeza, sabedoria. Doce.
Pensei em tantos. Só não quis lembrar dos olhares que não gosto. Pra que, né? Hoje, não. Mas os olhares que mais gostei de lembrar foram os de conquista. Meio fugitivo, meio sem jeito. Repleto de vontade de não ir embora, de demorar só mais um pouquinho. As palavras pouco importam nessa hora, isso é fato, pra mim. Às vezes, até estragam, na verdade. Ahhhh, como é bom ficar afoita, procurando o olhar e, quando encontra, logo desvia, com medo de que a pessoa veja tudo o que você está sentindo por ela, quando na verdade, é isso mesmo que você quer. Eu mesma, morro de medo dessa troca de olhares não ditos. Evito, evito, evito, até que me dou por vencida e, como num assalto, entrego o que tenho. É por ele que tudo começa, é por ele que tudo termina.
Bom, o meu olhar agora, já está dizendo que preciso dormir. Acabei de ver pelo reflexo da televisão desligada, aqui do meu lado. A insônia não me pega hoje. Boa noite.

Encontro

Sai de si
Vem curar tem mal
Te transbordo em som
Põe juízo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça do escuro
No fundo, pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim, sim

Olha só, como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu, quando penso em você.

Maria Gadú