quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eita, trem bão!


Finalmente conheci um pouco de Minas Gerais. Antes, eu só tinha ido até aquelas cidades que a gente pergunta: "Mas isso aqui já é Minas?" e nem percebe que estamos em outro estado. Mas dessa vez, eu viajei por horas e horas (o que já dá a sensação de que estamos em outro estado mesmo) e pude notar a diferença entre o que vivemos aqui e o que é o mundo de lá. Pode parecer exagero da minha parte, mas pra mim, foi tudo muito diferente.

Apesar da pista simples e da péssima sinalização, a estrada não deixa a desejar. Fiquei encantada com o que via no caminho e mais ainda quando cheguei em Ouro Preto. Gostei demais do que vi, ouvi e senti. A cidade exala história por todos os poros e dá pra sentir o peso que ela carrega nas suas ladeiras, igrejas e esquinas. Fiquei mais desacordada ainda quando vi uma maquete, no Museu da Inconfidência, do que era a Vila Rica na época da mineração e, de repente, olhei pro chão e imaginei que estava em cima desse palco, cheio de história pra contar.

Visitei muitas igrejas (muitas mesmo) ao longo de todas as cidades históricas que passei e, apesar de não ter afinidade nenhuma por elas, gostava de sentar nos bancos e pensar um pouco sobre como tudo aquilo foi construído, o que se passava naquela época e, principalmente, sobre as pessoas que entregavam suas vidas em busca de algo que elas mesmas não podiam se apropriar.

Também não posso deixar de mencionar o meu entusiamos pelo povo mineiro. Eita! Que coisa gostosa! Quase sempre estávamos perdidos nas cidades por onde passamos, mas sempre encontrávamos um mineiro com sorriso no rosto para nos ajudar. Teve um que até pegou sua moto e nos levou para onde deveríamos seguir. Fora o sotaque adorável, o brilho nos olhos e a calma tão sincera e incomum que quase não vejo por aqui e, que aliás, muito menos em mim mesma.

Talvez seja por esse motivo que eu tenha sentido tanta diferença de um lado pro outro. O que eu vivo aqui e o meu jeito de ser, são muito diferentes do que o que eu vi lá. Não digo que minha realidade é melhor ou pior, mas bem diferente e isso me fascina. Gosto do que me deixa sem chão, do que me leva a querer modificar ou ampliar meus horizontes e fazer uma reforma no meu modo de caminhar nesse mundo sem fim.

Estou aqui, então, recomendando essa viagem para os que não foram. Para mim, ela foi umas das mais especiais que eu já fiz, mas talvez isso tenha se dado pela minha paixão por história e pela companhia tão querida que estava ao meu lado nessas descobertas. Por outro lado, sei que é impossível não ser tocado por essa outra parte de Brasil, simplesmente pelo fato dela ser outra.


2 comentários:

  1. minas é a maior casa da mãe joana do mundo, no bom sentido da coisa; não tem como não sentir uma familiaridade gostosa e parece que sempre cabe mais um nesse coração pobre que era rico. um dia eu sigo sua recomendação, má. vontade não falta.

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  2. Viajei contigo nessa descrição toda! Deu pra imaginar seus sapatinhos de boneca caminhando nos enormes paralelepípedos e tropeçando nos pedregulhos de lá! rsrsrsr

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