domingo, 27 de dezembro de 2009

2009 - Uma Odisséia Pelo Lado de Dentro.

Abracei meu pedaço de terra - ou pelo menos o pedaço que meus braços puderam alcançar - e o compreendi por algum tempo. Compreendido, busquei por fora pedaços rijos de concreto e muita cola branca para a construção: empilhei e colei e empilhei e colei, por muito tempo, até que uma estrutura inviolável me rodeasse completamente; ergui-a para além de minha própria estatura, mas não houve espaço para um teto.
Depois de uns intervalos de tempo seguidos e entrecortados por pausas, procurei compreender meu novo espaço: pela luz que vinha do topo desnudo e irradiava nos olhos eu olhei em volta e compreendi que o concreto e tampouco a cola branca me faziam companhia. Eu então erguera meu próprio muro mudo das lamentações.
Fiquei sem ar.
Senti-me incapaz de solucionar meu sufocante problema por conta própria.
Aí eu peguei e pensei "ah vou desistir dessa punheta, desse texto descabido que não leva a lugar nenhum".
E, de tanta raiva, meti chute e tiro telepático nessa estrutura vil e ela caiu. Daí eu fui até o terreno baldio vizinho e roubei alguns pedaços de madeira; o resultado foi uma cerquinha singela. Ainda bem que sobrou cola branca.

4 comentários:

  1. - Agora dá pra "pular a cerca" (rsrs).
    - Se tivesse acabado a cola branca, dava pra fazer a de "Farinha" (rsrs).
    - A madeira di vizinho é sempre mais "cercável"

    ... Até o muro de Berlin foi derrubado...


    Perdoe as brincadeiras, não me contive. Pensei em várias. Deve ser porque li umas três vezes seu texto e terminada cada uma: pensei... Pensei...

    Como sempre assim: Jeito tão bom de Caroline escrever.

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  2. hahahaha

    esse texto pede piadinhas desse naipe mesmo!
    aposto que vc tbm pensou que erguer um muro mais alto que eu não é nada difícil... dã

    e a cola de farinha eu não usei pq não sei fazer tão bem quanto MARCELO - O REI DA COLA DE FARINHA.

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  3. escolas brancas da vida... Louvadas sejam!

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