domingo, 18 de julho de 2010

Isto ou aquilo?

Se a gente parar pra pensar, nascemos de uma escolha. Talvez, na época da minha mãe (sim, eu sou velha!),não houvesse muitas saídas, mas ainda assim, ela optou por engravidar. Claro que existem os acidentes e, nem sempre, as pessoas realmente desejavam que o caminho fosse esse, mas ainda assim, optaram por fazer sexo (por mais que às vezes não pareça, temos a opção de dizer não), além do fato de que fazemos escolhas inconscientes. Enfim, depois que começamos a ser gerados, não apenas escolhem o nosso nome, mas também nosso esporte favorito, nossa profissão e, em muitos casos, até nossa personalidade (dependendo do movimento que a gente faz pra se acomodar na barriga da nossa mãe). Bendita seja a autonomia que adquirimos depois.
Portanto, a vida já começa dentro do universo da escolha. Isso não apavora? Eu fico extremamente incomodada, pois isso só me prova que não temos mais como escapar...Vai ser assim até o fim. Eu, particularmente, odeio escolher e evito, ao máximo, essas situações, mas é impressionante como elas me perseguem e me colocam na parede o tempo todo: "ou isto ou aquilo, Marina! Você escolhe!" (eu ouço essa frase constantemente, tanto dos outros, como da minha própria consciência).
Existem situações em que é impossível não escolher, como por exemplo, sentar no bar e decidir se quer tomar cerveja ou vinho. Você pensa no que seria mais gostoso para aquele dia e faz sua opção. Essa é a tal da escolha racional, que me apavora, pois se você pensa, é porque as duas opções são bem vindas. O pior: muitas vezes, a gente escolhe a cerveja, mas fica uma pontinha de desejo de tomar um vinho, nem que seja uma taça. Nesse caso, você escolhe se quer passar mal ou não, hahaha.
Mas, dentro de tantas situações angustiantes (pelo menos pra mim), existe aquela escolha que nem deveria ser chamada de escolha, pois nem percebemos que ela está operando. Essa escolha, é definida por mim, como a escolha apaixonada. A gente escolhe como se aquele fosse o único caminho a seguir e nem paramos pra pensar sobre o que estamos perdendo ou ganhando. Dizem que essa é a mais perigosa de todas e, é claro, eu luto para que ela não me pegue, mas ela sim é INEVITÁVEL. Em algum momento da vida ela dá as caras e a gente não consegue mais voltar atrás, por mais que as pessoas tentem te convencer de que aquilo tudo é uma loucura.
Uma metáfora boba para isso, é quando temos que escolher o sabor do sorvete. Tem dias, que a gente fica horas pensando sobre qual seria melhor, mas existem outros dias, que a gente acorda desejando o de flocos tão fortemente, que nem nos preocupamos que existem mais de 50 tipos disponíveis no mundo. Só o de flocos basta.

7 comentários:

  1. eu pedi ouro branco, eles me deram morango... e tava bom mesmo assim! é uma possibilidade... hahahaha

    é que não foi uma escolha né.

    se eu tivesse escolhido errado não seria tão gostoso.

    vamos ver se amanhã a nossa escolha de não pedir mais heineken vai ser certa!

    enfim, comentei vazio e pá

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  4. Talvez a vida seja feita de escolhas já "escolhidas"!
    Sabe quando a gente parece já saber o que quer e mesmo assim a gente escolhe a dúvida, a incerteza? Muitas vezes optamos na escolha e não simplismente no simplismente não escolher. É difícil aceitar a certeza de uma escolha, nos da a sensação de não poder voltar e ai paramos e pensamos: será que essa é a escolha certa? Aí fudeu, mesmo. Poxa sabemos do que queremos e pra que queremos e brincamos de escolher, como se fosse mesmo os sabores do sorvete no dia em que não acordamos com a certeza de saborear o flocos.
    Talvez a escolha certa venha dessa palavrinha que iniciei a frase e o comentário...
    ...Talvez.

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  5. Um grande filósofo alemão disse que os homens fazem sua própria história, mas se esqueceu de acrescentar "não a fazem como querem"... a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos

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  6. Marx tinha muita razão quando disse isso e ele não esqueceu de acrescentar nada, pois ele dizia que a transformação da história só acontece de acordo com as condições objetivas da história e, portanto, os homens não fazem como querem. Com isso, poderíamos entrar na discussão sobre escolhas num âmbito muito maior do que o que eu escrevi e ficaríamos horas debatendo, mas esse não foi o intuito do meu post. Eu "escolhi" falar sobre escolhas onde ainda é possível ter certa liberdade para fazê-las (ou, pelo menos, achamos que sim, rsrs).

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  7. Má, quanto ao seu comentário, eu tmb acho que esse caminho é bem mais confortante...A certeza é angustiante tmb. Mas sabe, mesmo quando optamos pelo talvez, lá no fundinho, a gente sabe o que quer...É a tal da história das máscaras, né? O medo de que elas caiam...

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