É o mesmo velho mundo, mas nada parece igual...
Minha voz pode alcançar o Oceano Índico e atravessar a nebulosidade de um vulcão! What I'd say...
Sempre que... Espere.
Minha cabeça não para de girar... O universo respira contra meus olhos, e meu coração provavelmente está em um de meus sapatos. Nas minhas mãos secas estão as paredes e portas do corredor - chamativo chão, fugitivas chaves.
Sempre andando, nunca querendo chegar, eu derreto
Pudera, depois de ter perseguido todos os carros da cidade em um sábado desalmado, desbravei fantasmagoricamente mais de cento e vinte e quantos peitos, mas quem se arrisca num sábado desalmado tem o corpo fechado, inclusive eu, inclusive os vasos sanitários que se tornam velhos confidentes, inclusive os suportadores saltos altos, ah se eu pusesse as mãos neles, mas agora elas seguram paredes e portas, mas nunca maçanetas.
O universo respira em círculos desde quando resolvi guardar meu coração onde ninguém pudesse pisá-lo a não ser eu. E me pergunto se algum dia poderei sair desse transatlântico onde os lençóis são tão amarelos e oitentistas e o carpete cheira a soco inglês tão cinquentista e as pobres torneiras verdes tão setentistas... Ah, meu sofrimento... Tão... sessentista.
Bem, eu não preciso de ninguém, porque aprendi, eu aprendi a ficar só. E digo mais: não tenho culpa se os moinhos-de-vento e as retroescavadeiras acabam bravamente derrotados por mim...
Minha voz pode te deixar em carne viva! Viva a carne... A carne tão desalmada quanto um sábado. Um sábado desalmado onde cães e cuecas afiam as facas nos meus erros...
É o mesmo mundo igual, mas nada me parece velho oras aaaaaaaaaaaaaaaaaa
Tiro as paredes e portas das mãos para que caiba a minha cabeça giratória. Arranco o sapato do pé, respiro fundo, é agora, e digo: qualquer lugar em que eu puder encostar a cabeça eu vou chamar de casa.
Muito bom, minha cara!
ResponderExcluirQuase todos os seus textos e poesias dão contorno às minhas angústias. Incrível.
Justo num sábado, tão noventista!
ResponderExcluir...sempre andando, nunca querendo chegar, eu derreto...
Agora lhe digo: há em mim um largo ombro, onde também poderás chamar de casa.
Muito bom.