segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Quem está por fora, não segura um olhar que demora.

Acabei de chegar da casa do Marcelo e resolvi movimentar o blog, já que os dois outros integrantes se ausentaram. Há! Mentira, não foi por isso. A verdade é que eu não tenho quase nada pra fazer, afinal hoje é domingo, madrugada e minha lista de amigos do msn está precária: só tem duas pessoas online e ambas me fazem questionar porque as adicionei. Típico. Mas enfim, fiz login (esse é o termo, né?) e postei (esse é o termo, né?) essa música da Maria Gadú, como vocês podem ver aí embaixo. Linda.
Depois disso, fiquei pensando nesse lance do olhar. É que eu gosto da parte: "Teu olhar me tirou daqui" e comecei a lembrar de várias músicas que falam sobre esse bendito olhar. Lembrei daquela que a Maria Rita canta, "Cupido", que diz: "você me tirou pra dançar, sem nunca sair do lugar, sem botar os pés no chão, sem música pra acompanhar", só com o olhar. Também lembrei da música do Chico Buarque, "A história de Lily Braun" - "Ele me comia, com aqueles olhos de comer fotografia. Eu disse cheese e, de close em close, fui perdendo a pose, e até sorri, feliz".
Aí pronto, né? Já fiquei aqui, lembrando dos olhares que marcaram muitas coisas na minha vida.
Lembrei até do olhar do Bento, quando ficava me observando, bebezinho ainda, enquanto eu fazia de tudo pra que ele soltasse um sorriso de canto, pelo menos. Hoje, com 1 ano e meio, ele ainda me observa, mas seu olhar me diz tanta coisa, que já entendo quando ele quer que eu pare com as minhas gracinhas e invente outras porque ele cansou, ou então quando sei que ele está feliz ao me ver subindo na árvore, aflita, para conseguir pegar a goiaba que ele tanto quer. O Bento já sorri com os olhos.
É claro que os olhares apaixonados roubaram boa parte das minhas lembranças. Que delícia. Deu até frio na barriga. Desde aqueles bem intensos, em momentos propícios, como aqueles de amanhecer, de completude. Lembrei também dos olhares de compreensão, de cumplicidade, que são muitos, apesar de poucos me compreenderem (risos). Amigos meus que não precisam me dizer nada com palavras, e eu tão pouco. O olhar da minha vó, que carrega toda a história do que ela viveu, cheio de alegria, tristeza, sabedoria. Doce.
Pensei em tantos. Só não quis lembrar dos olhares que não gosto. Pra que, né? Hoje, não. Mas os olhares que mais gostei de lembrar foram os de conquista. Meio fugitivo, meio sem jeito. Repleto de vontade de não ir embora, de demorar só mais um pouquinho. As palavras pouco importam nessa hora, isso é fato, pra mim. Às vezes, até estragam, na verdade. Ahhhh, como é bom ficar afoita, procurando o olhar e, quando encontra, logo desvia, com medo de que a pessoa veja tudo o que você está sentindo por ela, quando na verdade, é isso mesmo que você quer. Eu mesma, morro de medo dessa troca de olhares não ditos. Evito, evito, evito, até que me dou por vencida e, como num assalto, entrego o que tenho. É por ele que tudo começa, é por ele que tudo termina.
Bom, o meu olhar agora, já está dizendo que preciso dormir. Acabei de ver pelo reflexo da televisão desligada, aqui do meu lado. A insônia não me pega hoje. Boa noite.

5 comentários:

  1. Gosto olhar que você tem nas coisas simples da vida. E isso , é um dos motivos que te fazem ser essa pessoa tão bacana!
    É através do seu olher, que direciono melhor o meu.

    Obrigada.

    Beijo,
    Nath.

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  3. Eu me pego olhando quando encontro o olhar do outro, sendo o inverso verdadeiro. Que coisa estranha que é se descobrir depois de um olhar aflito que você deu em meio a tantos olhares. Que coisa estranha é olhar para a "caixinha" de presentes e ver que dali presentes não existem mais, existe um olhar pro alto, buscando a diagonal cinematográfica, que traduz a esperança em encontrar... Aquele olhar!

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  5. Ahhh, os olhares... na hora da viajem, melhor que o destino é a escolha da companhia, pois a emoção atraves dos bons olhos que o outro traz que torna a vista mais bela.

    =)

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